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le jasmin est considéré en orient comme le symbole de l'amour et de la tentation féminine.
ain si,
Par minhavida, le 14.10.2010
· Ma vie est comme la floraison du jasmin au printemps.
· Fais confiance à ta nature originelle...
· de Renoir à Monet - abstrações
· Saudade do Saci
· Mère et Enfant
Date de création : 27.08.2010
Dernière mise à jour :
05.11.2010
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Acabei de "terminar" uma tela. Coloco o "terminar" entre aspas pois, na verdade, esta tela ainda nao chegou ao seu fim - se é que existe o fim de uma obra... Mas esta tela encheu minha alma ( ao ponto que meus olhos ficaram cheios de lagrimas ) - estou feliz comigo mesma.
Depois de tanto tempo sem pintar ( e pintar decentemente pois eu lembro de minhas tentativas infrutiferas e sem grande interesse de alguns trabalhos realizados ), finalmente, eu cheguei à algum resultado, à algum caminho, eu diria...
Sentei em frente ao cavalete um tanto desencorajada e desconfiada ( de mim mesma - imagine! ) e comecei um estudo à partir da imagem de uma pintura de RENOIR: Baie de Naples ( matin ). Na verdade, o que me chamou atençao à esta pintura em especial foram as pinceladas e o tratamento da luz. RENOIR tem uma maneira toda especial de tratar a luz de seus quadros - o branco da tinta - tudo reluz. Eu diria que sua luz interior reflete em seus quadros... isto é algo que trago comigo desde o Brasil, quando vi suas telas no MASP ( alias, que saudade do MASP e de SP ) na exposiçao de 2002. Fui vê-la um pouco antes de partir para a França ( e aqui, eu moro perto da casa onde RENOIR morou, recebeu varios artistas, onde alguns eram seus amigos e que hoje, tornou-se o Museu Renoir - que gentileza a do mestre em ter-me recebido em seu pais ;) ) e enquanto caminhava por suas obras, tudo o que me vinha à alma era a luz: Como é possivel que o branco que ele utilize e sua maneira de pintar ilumine todo o quadro! Nao sei nem mesmo pôr essa sensaçao em palavras, contudo, a luz esta la! Bom, voltando à minha tela, eu comecei o desenho e parti para as cores que, nem sao muitas e residem principalmente numa paleta de azuis mas pra ser sincera, eu perdi um certo interesse pelo figurativismo e nao tenho a mesma paixao de pintar telas figurativas como antes - sejam elas de quem sejam ou do tema que forem. Eu nao quero dizer que me desinteressei do Figurativismo, nao, nao é isso. Eu simplesmente nao sinto isso dentro de mim - nao mais e depois que descobri a Caligrafia Japonesa ( o SHODO ), isso esta cada vez mais rarefeito dentro de mim... Por essa razao, ao estudar a obra do mestre, eu estava mais preocupada com as pinceladas e com a luz do que com o resultado final de um quadro figurativo acabado.
Mas que nada! No meio do caminho, minha "bateria" ja foi acabando. De um lado, a tela à minha frente e o "dever" do estudo e do outro lado, a cabeça dizendo "mas você nao esta fazendo como o modelo"! Mas que droga! Esse tipo de pratica nao da em nada: ou a mente e a alma caminham juntas ou certamente a pintura é um lixo, uma tela sem força desprovida de alma, como essas milhares de telas em série que encontramos à venda em lojas de decoraçao. Tive vontade de parar de pintar mas nessa hora, uma voz disse bem forte em minha cabeça: Continue! e bom, foi o que eu fiz! E la, fui eu, mas desta vez, eu fui comigo e nao com a cabeça. Eu pensei: Vou estudar mas vou "curtir" o que estou fazendo. Nao vou pensar em nada; vou simplesmente pintar e deixar as pinceladas - livres - fazerem seu trabalho. Pensei que muitas vezes, o mais simples daquilo que gostamos de fazer vira uma obrigaçao e sinceramente, eu nao queria isso ali naquela tela e nem em minha atitude de pintar. Eu ja tenho o suficiente de obrigaçoes durante o dia inteiro e nao posso permitir que o meu momento de criaçao - que é sobretudo uma busca interior - passe à ser mais uma daquelas obrigaçoes do dia-à-dia anotada de maneira organizada em minha agenda. Eu simplesmente fui, ou melhor, deixei minha mao ir - meu EU fluir... Tentei varios gestos, diferentes movimentos de pincéis e pinceladas rapidas, lentas, leves e mais pesadas... claro, tudo sempre dentro daquela harmonia ( ou desarmonia? ) que o artista busca "meios às cegas" sem saber exatamente o que é que ele busca - mas é interessante salientar que assim que o artista encontra o que busca, ele sabe exatamente o que é.
"Et me voilà! J'ai posé le pinceau!"
Coloquei o pincel sobre a mesa e me surpreendi com o resultado - como é bom quando a gente se surpreende consigo mesmo ! De um estudo à partir de uma imagem do quadro de RENOIR, eu me vi caminhando para as abstraçoes de MONET!
UAU! Mas sem pretençoes. Longe de mim tamanha arrogância. Minha alegria nao era ter um quadro parecido ao de Monet - o que nao é verdade! Minha alegria é que justamente por nao ter largado o pincel e sim continuado o exercicio, mesmo sem saber exatamente onde isso ia dar, eu encontrei um caminho que me levou proximo aos trabalhos abstratos de MONET ( ja no fim se sua vida, quando sua vista o abandonava ) e à partir dai, eu sei onde e como poderei direcionar meus estudos em busca de mim mesma "en tant qu'artiste peintre."
E, poder encontrar o caminho que nos leva à nos mesmos e ao nosso desenvolvimento espiritual é mesmo um presente, uma razao para ser feliz e ter lagrimas aos olhos.
refletindo bem, assim como suas obras, acredito que, em parte, esse é o legado dos grandes mestres - sejam eles famosos ou desconhecidos, gênios anônimos: mostrar o caminho ou apenas mostrar que o caminho existe... O restante, o artista, dentro de sua sabedoria intima é capaz de realisar. Sou profundamente grata à este instante e aos mestres que me permitiram iniciar - desta vez mais madura - este caminho, talvez um pouco mais longo mas muito mais profundo.
PS: je viens de me donner le superbe livre "Monet et l'abstraction"!
Monet et l'abstraction. ED. Hazan.
imagem:
RENOIR. Baie de Naples ( matin ) 1881. NY, The Metropolitan Museum of Art.